"Com efeito, pelo sacramento da Confirmação, os fiéis são vinculados mais perfeitamente à Igreja, enriquecidos de força especial do Espírito Santo, e assim mais estritamente obrigados à fé que, como verdadeiras testemunhas de Cristo, devem difundir e defender tanto por palavras como por obras" (Catecismo da Igreja Católica, n. 1285)
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A Liberdade


Como vimos na última formação, Deus nos pede amá-lo como resposta ao seu amor. De fato, Deus nos amou primeiro e espera que Lhe respondamos com o nosso amor. Porém, aqui é que está algo muito profundo: Deus, mesmo sendo Onipotente, não nos força a nada; Ele somente espera.

Deus demonstra, deste modo, que nos fez livres e, no dia a dia, nós podemos constatar isso: nós tomamos decisões, nós escolhemos entre várias coisas, nós fazemos planos para a nossa vida, nós temos o poder de dizer sim ou não. E tudo isto somente é possível porque Deus nos fez livres.

A liberdade não é uma característica de todos os seres vivos. Na verdade, ela é um dom altíssimo e, para existir, é preciso haver, também, outras duas coisas: a inteligência e a vontade.

Deus nos dotou dessas duas características; pela inteligência nós compreendemos o mundo, a nós mesmos e podemos também saber sobre Deus e sobre o Seu plano por nós. Pela vontade, nós podemos aceitar ou recusar as coisas. A liberdade, então, surgiria da união dessas duas características - a inteligência e a vontade -, pois elas nos permitem tomar atitudes conscientes e decisões refletidas.

Convém, então, distinguir a autêntica liberdade da mera possibilidade. Esta segunda - a possibilidade - seria a liberdade reduzida à vontade somente, ou a um mau uso da inteligência, como quando alguém comete um crime. Um exemplo: quando estamos diante de alguém que nos incomoda, nós devemos usar a nossa liberdade para, ou nos retirarmos, ou tentarmos suportar a pessoa e melhorar o nosso contato com ela. No entanto, nós também temos a possibilidade de bater nela. Essa segunda atitude deu-se de modo irrefletido, isto é, sem avaliar direito a situação, e se reduziu, por esse motivo, a uma mera ação inconsequente.

A liberdade, portanto, sendo também uso da inteligência, está sempre voltada para o bem, para o correto, para a verdade. Enquanto a mera possibilidade olha o bem e o mal com indiferença: um e outro são possíveis. Quando nós usamos da nossa liberdade para o bem, ela vai se tornando mais perfeita e adquirimos hábitos virtuosos e uma vida cada vez mais plena de harmonia.

Quando, ao contrário, mesmo sendo pessoas livres, usamos dessa liberdade para o erro, nós sofremos um decréscimo de liberdade, isto é, a nossa liberdade fica menor e, se nos acostumamos a agir assim, cairemos em algum vício; o vício é um hábito ruim que dificulta a prática do bem.

Entendamos, enfim, isso: nós somos livres e essa liberdade deve se orientar para uma escolha pessoal do bem e da verdade. É o que Deus espera que façamos quando Ele nos convida a uma vida santa. Ele nos mostra o bem e espera que nós, pela nossa liberdade, escolhamos este bem. Porém, nós poderemos também recusar a proposta de Deus e, se fizermos isso, Ele irá respeitar a nossa escolha.

Acontece que tanto a nossa aceitação quanto a nossa recusa de Deus implicará em consequências com as quais teremos de lidar. É o assunto para a próxima formação.