"Com efeito, pelo sacramento da Confirmação, os fiéis são vinculados mais perfeitamente à Igreja, enriquecidos de força especial do Espírito Santo, e assim mais estritamente obrigados à fé que, como verdadeiras testemunhas de Cristo, devem difundir e defender tanto por palavras como por obras" (Catecismo da Igreja Católica, n. 1285)

Sobre católicos que se tornam protestantes.

Pessoal, assistam esse vídeo onde o Pe. Paulo Ricardo fala sobre a ignorância dos protestontos que deixam a Igreja pra ir a essas padarias abandonadas conduzidas por sujeitos que se auto-denominam pastores. O padre trata, também, um pouco sobre a "Ignorância Invencível" de que eu tratei na última formação. Abraço.

Material de Formação Sobre a Santa Missa.


Pessoal, como prometido, disponibilizo alguns materiais sobre a Santa Missa. Ainda que um ou outro seja longo, não desanimem, rs.. Não precisa, a princípio, ler tudo. Mas não deixem de ler algo.

A Santa Missa - Uma Breve Explicação Sobre o Santo Sacrifício

Catecismo da Santa Missa

Quaisquer dúvidas que vocês tiverem, ponham aí nos comentários. Abraço.


Livro sobre Confissão e Exame de Consciência


Pessoal, para baixar o livro sobre confissão, chamado "Confessai-vos Bem", cliquem na imagem acima. Talvez demore um pouco; mas é só ter paciência.

Abaixo, ponho o exame de consciência para o vosso auxílio.

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Oração para antes da Confissão:
“Senhor, iluminai-me para me observar como Vós me observas, e dai-me a graça de me arrepender verdadeira e efetivamente dos meus pecados. O Virgem Santíssima, ajudai-me a fazer uma boa confissão.”


Como se Confessar:
“Antes de mais, examine bem a sua consciência. Em seguida, diga ao sacerdote que pecados específicos cometeu, e, com a maior exatidão possível, quantas vezes os cometeu desde a sua última boa confissão. Só é obrigado a confessar os pecados mortais, visto que, pode obter o perdão dos seus pecados veniais através de sacrifícios e atos de caridade. Se estiver em dúvida sobre se um pecado é mortal ou venial, mencione ao confessor a sua dúvida. Recorde-se, também, que a confissão dos pecados veniais ajuda muito a evitar o pecado e a avançar na direção do Céu.”


Condições necessárias para um pecado ser mortal:
Matéria séria 
Reflexão suficiente 
Pleno consentimento da vontade

Considerações preliminares:
Alguma vez deixei de confessar um pecado grave, ou conscientemente disfarcei ou escondi um tal pecado?


Nota: Esconder deliberadamente um pecado mortal invalida a confissão, e é igualmente pecado mortal. Lembre-se que a confissão é privada e sujeita ao Sigilo da Confissão, o que quer dizer que é pecado mortal um sacerdote revelar a quem quer que seja a matéria de uma confissão. 


Alguma vez fui irreverente para com este Sacramento, não examinando a minha consciência com o devido cuidado?

Alguma vez deixei de cumprir a penitência que o sacerdote me impôs?
Tenho quaisquer hábitos de pecado grave que deva confessar logo no início (por exemplo, impureza, alcoolismo, etc.)?


Primeiro Mandamento: Amar a Deus sobre todas as coisas. Eu sou o Senhor teu Deus, Não terás deuses estranhos perante Mim (incluindo pecados contra a Fé, Esperança e Caridade).

* Descuidei o conhecimento da minha fé, tal como o Catecismo a ensina, tal como o Credo dos Apóstolos, os Dez Mandamentos, os Sete Sacramentos, o Pai Nosso, etc?
* Alguma vez duvidei deliberadamente de algum ensinamento da Igreja, ou o neguei?
* Tomei parte num ato de culto não católico?
* Sou membro de alguma organização religiosa não católica, de alguma sociedade secreta ou de um grupo anti-católico?
* Alguma vez li, com consciência do que fazia, alguma literatura herética, blasfema ou anti-católica?
* Pratiquei alguma superstição (tal como horóscopos, adivinhação, tábua Ouija, etc.)?
* Omiti algum dever ou prática religiosa por respeitos humanos?
* Recomendo-me a Deus diariamente?
* Tenho rezado fielmente as minhas orações diárias?
* Abusei os Sacramentos de alguma maneira?
* Recebi-os com irreverência?
* Ri de Deus, de Nossa Senhora, dos Santos, da Igreja, dos Sacramentos, ou de quaisquer coisas santas?
* Fui culpado de grande irreverência na igreja, como, por exemplo, em conversas, comportamento ou modo como estava vestido?
* Fui indiferente quanto à minha Fé Católica — acreditando que uma pessoa pode salvar-se em qualquer religião, ou que todas as religiões são iguais?
* Presumi em qualquer altura que tinha garantida a misericórdia de Deus?
* Desesperei da misericórdia de Deus?
* Detestei a Deus?
* Dei demasiada importância a alguma criatura, atividade, objeto ou opinião?


Segundo Mandamento: Não tomarás o Nome do Senhor teu Deus em vão.

* Jurei pelo nome de Deus falsamente, impensadamente, ou em assuntos triviais e sem importância?
* Murmurei ou queixei-me contra Deus (blasfêmia)?
* Amaldiçoei-me a mim próprio, ou a outra pessoa ou criatura?
* Provoquei alguém à ira, para o fazer praguejar ou blasfemar a Deus?
* Quebrei uma promessa feita a Deus?


Terceiro Mandamento: Recorda-te de santificar o Dia de Festas e domingos

* Faltei à Missa nos Domingos ou Festas de guarda?
* Cheguei atrasado à Missa nos Domingos e Dias Santos de guarda, ou saí mais cedo por minha culpa?
* Fiz com que outras pessoas faltassem à Missa nos Domingos e Dias Santos de guarda, ou saíssem mais cedo, ou chegassem atrasados à Missa?
* Estive distraído propositadamente durante a Missa?
* Fiz ou mandei fazer trabalho servil desnecessário num Domingo ou Festa de guarda?


Quarto Mandamento: Honra o teu pai e a tua mãe.

* Desobedeci aos meus pais, faltei-lhes ao respeito, descuidei-me em ajudá-los nas suas necessidades ou na compilação do seu testamento, ou recusei-me a fazê-lo?
* Mostrei irreverência em relação a pessoas em posições de autoridade?
* Insultei ou disse mal de sacerdotes ou de outras pessoas consagradas a Deus?
* Tive menos reverência para com pessoas de idade?
* Tratei mal a minha esposa ou os meus filhos?
* Foi desobediente ao meu marido, ou faltei-lhe ao respeito?

Sobre os meus filhos:
* Descuidei as suas necessidades materiais?
* Não tratei de os fazer batizar cedo? *(Veja-se em baixo.)
* Descuidei a sua educação religiosa correta?
* Permiti que eles descuidassem os seus deveres religiosos?
* Deixei de vigiar as companhias com quem andam?
* Deixei de os disciplinar quando necessitassem de tal?
* Dei-lhes mau exemplo?
* Escandalizei-os, discutindo com o meu cônjuge em frente deles?
* Escandalizei-os ao dizer obscenidades na sua frente?
* Permiti-lhes que usassem roupa imodesta? Comprei tais roupas para eles?
* Neguei-lhes a liberdade de casar ou seguir uma vocação religiosa?


* As crianças devem ser batizadas o mais cedo possível. Santo Afonso, seguindo a opinião geral da época, pensava que um atraso não justificado de mais de dez ou onze dias a seguir ao parto seria um pecado grave. Segundo o costume moderno, que é conhecido e não corrigido pelos Ordinários locais, um atraso de mais de um mês sem motivo seria um pecado grave. — H. Davis S.J., Moral and Pastoral Theology, Vol. III, pg. 65, Sheed and Ward, New York, 1935


Quinto Mandamento: Não matarás.

* Procurei, desejei ou apressei a morte ou o ferimento de alguém?
* Alimentei ódio para com alguém?
* Oprimi alguém?
* Desejei vingar-me?
* Provoquei a inimizade entre outras pessoas?
* Discuti ou lutei com alguém?
* Desejei mal a alguém?
* Quis ferir ou maltratar alguém, ou tentei fazê-lo?
* Recuso-me a falar com alguém, ou ressentimento de alguém?
* Regozijei-me com a desgraça alheia?
* Tive ciúmes ou inveja de alguém?
* Fiz ou tentei fazer um aborto, ou aconselhei alguém a que o fizesse?
* Mutilei o meu corpo desnecessariamente de alguma maneira?
* Consenti em pensamentos de suicídio, desejei suicidar-me ou tentar suicidar-me?
* Embriaguei-me ou usei drogas ilícitas?
* Comi demais, ou não como o suficiente por descuido (isto é, alimentos nutritivos)?
* Deixei de corrigir alguém dentro das normas da caridade?
* Causei dano à alma de alguém, especialmente crianças, dando escândalo através de mau exemplo?
* Fiz mal à minha alma, expondo-a intencionalmente e sem necessidade a tentações, como maus programas de TV, música reprovável, praias, etc.?


Sexto e Nono Mandamentos: Não pecar contra a castidade. Não cometerás adultério. Não cobiçarás a mulher do próximo.

* Neguei ao meu cônjuge os seus direitos matrimoniais?
* Pratiquei o controlo de natalidade (com pílulas, dispositivos, interrupção)?
* Abusei dos meus direitos matrimoniais de algum outro modo?
* Cometi adultério ou fornicação (sexo pré-marital)?
* Cometi algum pecado impuro contra a natureza (homossexualidade ou lesbianismo, etc.)?
* Toquei ou abracei outra pessoa de forma impura?
* Pratiquei a troca prolongada de carícias?
* Pequei impuramente contra mim próprio (masturbação)?
* Consenti em pensamentos impuros, ou tive prazer neles?
* Consenti em desejos impuros para com alguém, ou desejei conscientemente ver ou fazer alguma coisa impura?
* Entreguei-me conscientemente a prazeres sexuais, completos ou incompletos?
* Fui ocasião de pecado para os outros, por usar roupa justa, reveladora ou imodesta?
* Fiz alguma coisa, deliberadamente ou por descuido, que provocasse pensamentos ou desejos impuros noutra pessoa?
* Li livros indecentes ou vi figuras obscenas?
* Vi filmes ou programas de televisão sugestivos, ou pornografia na Internet, ou permiti que os meus filhos os vissem?
* Usei linguagem indecente ou contei histórias indecentes?
* Ouvi tais histórias de boa vontade?
* Gabei-me dos meus pecados, ou deleitei-me em recordar pecados antigos?
* Estive com companhias indecentes?
* Consenti em olhares impuros?
* Deixei de controlar a minha imaginação?
* Rezei imediatamente, para afastar maus pensamentos e tentações?
* Evitei a preguiça, a gula, a ociosidade, e as ocasiões de impureza?
* Fui a bailes imodestos ou peças de teatro indecentes?


Note bem: Não tenha receio de confessar ao sacerdote qualquer pecado impuro que tenha cometido. Não esconda ou tente disfarçá-lo. O sacerdote está ali para o ajudar e perdoar. Nada do que possa dizer o escandalizará; por isso, não tenha medo, por mais envergonhado que esteja.


Sétimo e Décimo Mandamentos: Não roubarás. Não cobiçarás os bens do teu próximo.

* Roubei alguma coisa? O quê, ou quanto?
* Danifiquei a propriedade dos outros?
* Deixei estragar, por negligência, a propriedade dos outros?
* Fui negligente na guarda do dinheiro ou bens dos outros?
* Fiz batota ou defraudei alguém?
* Joguei em excesso?
* Recusei-me a pagar alguma dívida, ou descuidei-me no seu pagamento?
* Adquiri alguma coisa que sabia ter sido roubada?
* Deixei de restituir alguma coisa emprestada?
* Lesei o meu patrão, não trabalhando como se esperava de mim?
* Fui desonesto com o salário dos meus empregados?
* Recusei-me a ajudar alguém que precisasse urgentemente de ajuda, ou descuidei-me a fazê-lo?
* Deixei de restituir o que roubei, ou obtive por embuste ou fraude? (Pergunte ao sacerdote como poderá fazer a restituição, ou seja, devolver ao legítimo dono o que lhe tirou).
* Tive inveja de alguém, por ter algo que eu não tenho?
* Invejei os bens de alguém?
* Tenho sido avarento?
* Tenho sido cúpido e invejoso, dando demasiada importância aos bens e confortos materiais? O meu coração inclina-se para as posses terrenas ou para os verdadeiros tesouros do Céu?


Oitavo Mandamento: Não levantarás falsos testemunhos contra o teu próximo.

* Menti a respeito de alguém (calúnia)?
* As minhas mentiras causaram a alguém danos materiais ou espirituais?
* Fiz julgamentos temerários a respeito de alguém (isto é, acreditei firmemente, sem provas suficientes, que eram culpados de algum defeito moral ou crime)?
* Atingi o bom nome de alguém, revelando faltas autênticas mas ocultas (maledicência)?
* Revelei os pecados de outra pessoa?
* Fui culpado de fazer intrigas (isto é, de contar alguma coisa desfavorável que alguém disse de outra pessoa, para criar inimizade entre eles)?
* Dei crédito ou apoio à divulgação de escândalos sobre o meu próximo?
* Jurei falso ou assinei documentos falsos?
* Sou crítico ou negativo sem necessidade ou falto à caridade nas minhas conversas?
* Lisonjeei outras pessoas?


As obras de Misericórdia espirituais e corporais
Descuidei-me no cumprimento das obras seguintes, quando as circunstâncias mo pediam?


As sete obras de Misericórdia espirituais

1. Dei bom conselho aos que estavam em pecado?
2. Ensinei os irmãos menos instruidos?
3. Aconselhei os que duvidam?
4. Consolei os tristes?
5. Suportei com paciência as fraquezas do meu próximo?
6. Perdoei as injúrias por amor de Deus?
7. Roguei e a Deus pelos vivos e pelos defuntos?

As sete obras de Misericórdia corporais

1. Dei de comer a quem tinha fome?
2. Dei de beber a quem tinha sede?
3. Vesti os nus?
4. Visitei e procurei resgatar os cativos do pecado? Deu assistência a eles?
5. Dei pousada aos peregrinos?
6. Visitei os doentes?
7. Enterrei os mortos?

Lembre-se que a nossa Santa Fé Católica nos ensina que … assim como o corpo sem o espírito está morto, também a fé sem obras está morta (Tiago 2: 26).


Nove maneiras de ser cúmplice do pecado de outrem

* Alguma vez fiz deliberadamente com que outros pecassem?
* Alguma vez cooperei nos pecados de outrem:
1. Aconselhando?
2. Mandando?
3. Consentindo?
4. Provocando?
5. Lisonjeando?
6. Ocultando?
7. Compartilhando?
8. Silenciando?
9. Defendendo o mal feito?


Os quatro pecados que bradam aos Céus

1. Homicídio voluntário.
2. O pecado de sodomia ou lesbianismo.
3. Opressão dos pobres.
4. Não pagar o salário justo a quem trabalha.


Os Mandamentos da Igreja

* Ouvi Missa nos Domingos e Festas de guarda?
* Cumpri o jejum e a abstinência nos dias prescritos, e guardei o jejum eucarístico?
* Confessei-me pelo menos uma vez no ano?
* Recebi a Sagrada Eucaristia pelo menos uma vez por ano?
* Contribui, na medida do possível, para as despesas do culto?


As cinco blasfêmias contra o Coração Imaculado de Maria

* Blasfemei contra a Imaculada Conceição?
* Blasfemei contra a Virgindade Perpétua de Nossa Senhora?
* Blasfemei contra a Maternidade Divina de Nossa Senhora?
* Deixei de reconhecer a Nossa Senhora como Mãe de todos os homens?
* Tentei publicamente semear nos corações das crianças indiferença ou desprezo, ou mesmo ódio, em relação à sua Mãe Imaculada?
* Ultrajei-a diretamente nas Suas santas imagens?


Finalmente:
Recebi a Sagrada Comunhão em estado de pecado mortal? (Este é um sacrilégio muito grave).


Oração para uma boa confissão:

Meu Deus, por causa dos meus pecados crucifiquei de novo o Vosso Divino Filho e escarneci dEle. Por isto sou merecedor da Vossa cólera e expus-me ao fogo do Inferno. E como fui ingrato para conVosco, meu Pai do Céu, que me criastes do nada, me redimistes pelo preciosíssimo sangue do Vosso Filho e me santificastes pelos Vossos santos Sacramentos e pelo Espírito Santo! Mas Vós poupastes-me pela Vossa misericórdia, para que eu pudesse fazer esta confissão. Recebei-me, pois, como Vosso filho pródigo e dai-me a graça de uma boa confissão, para que possa recomeçar a amar-Vos de todo o meu coração e de toda a minha alma, e para que possa, a partir de agora, cumprir os Vossos Mandamentos e sofrer com paciência os castigos temporais que possam cair sobre mim. Espero, pela Vossa bondade e poder, obter a vida eterna no Paraíso. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amém


Nota final

Lembre-se de confessar os seus pecados com arrependimento sobrenatural, tendo uma resolução firme de não tornar a pecar e de evitar situações que levem ao pecado. Peça ao seu confessor que o ajude a superar alguma dificuldade que tenha em fazer uma boa confissão. Cumpra prontamente a sua penitência.


Ato de Contrição

Meu Deus, porque sois infinitamente bom e Vos amo de todo o meu coração, pesa-me de Vos ter ofendido, e com o auxílio da Vossa divina graça, proponho firmemente emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender. Peço e espero o perdão das minhas culpas pela Vossa infinita misericórdia. Amém.

Água Benta - Holy Water



Pessoal, recomendo que assistam este video atentamente. Abraço.

A Liberdade


Como vimos na última formação, Deus nos pede amá-lo como resposta ao seu amor. De fato, Deus nos amou primeiro e espera que Lhe respondamos com o nosso amor. Porém, aqui é que está algo muito profundo: Deus, mesmo sendo Onipotente, não nos força a nada; Ele somente espera.

Deus demonstra, deste modo, que nos fez livres e, no dia a dia, nós podemos constatar isso: nós tomamos decisões, nós escolhemos entre várias coisas, nós fazemos planos para a nossa vida, nós temos o poder de dizer sim ou não. E tudo isto somente é possível porque Deus nos fez livres.

A liberdade não é uma característica de todos os seres vivos. Na verdade, ela é um dom altíssimo e, para existir, é preciso haver, também, outras duas coisas: a inteligência e a vontade.

Deus nos dotou dessas duas características; pela inteligência nós compreendemos o mundo, a nós mesmos e podemos também saber sobre Deus e sobre o Seu plano por nós. Pela vontade, nós podemos aceitar ou recusar as coisas. A liberdade, então, surgiria da união dessas duas características - a inteligência e a vontade -, pois elas nos permitem tomar atitudes conscientes e decisões refletidas.

Convém, então, distinguir a autêntica liberdade da mera possibilidade. Esta segunda - a possibilidade - seria a liberdade reduzida à vontade somente, ou a um mau uso da inteligência, como quando alguém comete um crime. Um exemplo: quando estamos diante de alguém que nos incomoda, nós devemos usar a nossa liberdade para, ou nos retirarmos, ou tentarmos suportar a pessoa e melhorar o nosso contato com ela. No entanto, nós também temos a possibilidade de bater nela. Essa segunda atitude deu-se de modo irrefletido, isto é, sem avaliar direito a situação, e se reduziu, por esse motivo, a uma mera ação inconsequente.

A liberdade, portanto, sendo também uso da inteligência, está sempre voltada para o bem, para o correto, para a verdade. Enquanto a mera possibilidade olha o bem e o mal com indiferença: um e outro são possíveis. Quando nós usamos da nossa liberdade para o bem, ela vai se tornando mais perfeita e adquirimos hábitos virtuosos e uma vida cada vez mais plena de harmonia.

Quando, ao contrário, mesmo sendo pessoas livres, usamos dessa liberdade para o erro, nós sofremos um decréscimo de liberdade, isto é, a nossa liberdade fica menor e, se nos acostumamos a agir assim, cairemos em algum vício; o vício é um hábito ruim que dificulta a prática do bem.

Entendamos, enfim, isso: nós somos livres e essa liberdade deve se orientar para uma escolha pessoal do bem e da verdade. É o que Deus espera que façamos quando Ele nos convida a uma vida santa. Ele nos mostra o bem e espera que nós, pela nossa liberdade, escolhamos este bem. Porém, nós poderemos também recusar a proposta de Deus e, se fizermos isso, Ele irá respeitar a nossa escolha.

Acontece que tanto a nossa aceitação quanto a nossa recusa de Deus implicará em consequências com as quais teremos de lidar. É o assunto para a próxima formação.

Angelus



Pessoal, ponho aqui o Angelus, uma oração tradicional católica, que pode ser rezada às 12h ou às 18h, todos os dias. Fica a nossa recomendação para que vocês adquiram este santo costume. Acima, vai um video em que o Angelus é cantado em latim e as legendas estão em latim e inglês. Abaixo, ponho a letra da oração em português.

**

O Anjo do Senhor anunciou a Maria
E Ela concebeu do Espírito Santo

Ave Maria...

Eis a Serva do Senhor
Faça-se em mim segundo a Vossa Palavra

Ave Maria...

E o Verbo se fez carne
E habitou entre nós

Ave Maria

Rogai por nós, Santa Mãe de Deus
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.


Oremos

Infundi, Senhor, nós vos pedimos, a Vossa graça em nossas almas, para que nós, que conhecemos, pela Anunciação do Anjo, a Encarnação de Jesus Cristo, Vosso Filho, cheguemos, por sua Paixão e morte na cruz, à glória da Ressurreição. Pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém.

O Amor


Meditávamos na formação passada como Deus quis se revelar a nós. Ele providenciou tudo: deu-nos uma inteligência com uma inclinação natural à verdade e, por fim, veio Ele mesmo nos saciar com esta verdade que é Ele próprio: "Eu sou a Verdade".

O catecismo nos ensina que a finalidade da nossa vida é "conhecer, amar e servir a Deus". É pela fé que conhecemos a Deus. Portanto, sem a Fé, não poderíamos realizar o anseio profundo das nossas almas. Percebemos, então, que há um traço que permeia toda esta dinâmica da Fé: é a bondade de Deus, o seu amor perfeito que quis Se revelar e, portanto, permitir que O conhecêssemos e fôssemos felizes.

Este amor se expressa em absolutamente tudo quanto Deus faz. A simples existência das criaturas é manifestação deste amor. Em verdade, Deus é absolutamente feliz em Si mesmo. Ele não sente nenhuma necessidade de outras coisas. Se nos fez, não foi para que supríssemos uma necessidade ou um desejo Seu de ser louvado. O desejo indica falta. Nós desejamos o que nos falta. Porém, em Deus não há nenhum tipo de falta. Ele é plenamente completo. Acontece que Deus quis nos criar. Mas, se Ele não precisa de nós, para que nos criou? Simplesmente para nos comunicar a Sua felicidade.

No entanto, o homem traiu a Deus; respondeu à infinita bondade divina com a baixeza do próprio egoísmo. Por causa disso, ele foi excluído daquele estado de felicidade, somente possível na amizade divina. O homem se viu frustrado; estava impedido da plena alegria para a qual fora criado, e tudo isto porque, tendo sido feito para o Amor, ele tinha negado este amor com o seu egoísmo. Porém, Deus não desiste do homem e realiza algo soberanamente único. Diz-nos o Apóstolo João:

"De tal forma Deus amou o mundo que deu o Seu único Filho para que o mundo seja salvo". Vamos percebendo que toda e qualquer ação divina tem seu fundamento no amor. Se nós somos produtos deste amor, isto significa que o amor é a nossa natureza mais profunda. Nós nos realizamos e nos tornamos felizes quando aprendemos a amar ao modo divino. Frustramos a nossa felicidade quando, ao contrário, recaímos no egoísmo.

É porque Deus nos amou que podemos amá-Lo de volta. É o que diz o Apóstolo: "Deus nos amou primeiro". O nosso amor a Deus é, portanto, resposta. É como se Deus nos tivesse pedido em namoro, e espera a nossa aceitação ou a nossa recusa. E aqui está outro traço inerente ao amor: a liberdade. Deus nos amou de tal modo que nos fez livres; Ele respeita profundamente a nossa decisão: se O quisermos, seremos felizes. Mas podemos não querê-Lo, embora isto ponha a nossa alma na escuridão. Deus, no entanto, respeita a nossa decisão, qualquer que ela seja.

Se a nossa natureza tem sua felicidade no amor, importa que saibamos exatamente o que significa amar. Nós vivemos numa sociedade que fala de amor continuamente. Porém, será que ela sabe o que isto significa? Será legítimo o amor que tantas vezes vemos nas novelas, nos filmes, etc? Será que é amor o que certos adolescentes irresponsáveis vivem em certas festas ou em salas escondidas nas escolas? Não. Nós podemos chamar de "amor" exatamente aquilo que ele não é. Isto pode causar confusão. E, lembremos, se não aprendemos a amar, simplesmente não nos tornamos pessoas felizes. Amar é uma exigência da nossa natureza e é no que consiste a nossa relação com Deus.

Existem basicamente três tipos de amor: O Ágape, o Eros e o Filos.

Comecemos do primeiro: o Ágape. Deus é perfeito Ágape; o que caracteriza este amor é a plena doação e gratuidade. Por plena doação, queremos falar daquela disposição contínua de dar a Si mesmo. Se observarmos bem, a história da Salvação é a história de um Deus que continuamente se dá para conquistar seus filhos. Estes, embora absolutamente necessitados de Deus, costumam recusar esta amizade. No entanto, Deus simplesmente se dá. Cristo chegou ao extremo de "despojar-se de Sua igualdade com Deus e rebaixar-se à nossa condição". Ele continuamente se deu até a morte de Cruz. S. João, testemunha próxima de Jesus, nos diz que Ele nos amou ao extremo, meio que com excesso. O Ágape é todo doação e não se coloca limites. É como uma torrente violenta de água a derramar-se; é como uma cascata imensa e sem fim.

Quando falamos de gratuidade, queremos dizer que o Ágape ama sem esperar nada em troca. Não é interessereiro; não precisa de um motivo para amar. Nas nossas relações diárias, geralmente agimos com interesse. Gostamos de sentar perto de uma pessoa bonita, ou fazer amizade com alguém que tenha uma certa condição financeira. Convidamos pessoas importantes para a nossa festa, às vezes pensando que isto fará com que sejamos convidados depois. Fazemos certos favores esperando um retorno. Baseamos a nossa amizade no nível de prazer que podemos ter com a outra pessoa. Tudo isto é mais egoísmo que amor. Deus não é assim. Se fosse, Ele não nos amaria, pois não temos absolutamente nada para oferecermos a Ele e nada há de que Ele precise. O Ágape, portanto, simplesmente ama. Sta Teresinha de Lisieux dizia que "assim como a rosa, por ser rosa, perfuma, assim o amor, por ser amor, ama". Compreendendo essas características do amor Ágape, passamos a entender Deus de um modo um pouco melhor.

Falemos, então, do amor Eros. Este tipo de amor, do qual se originará o termo "erótico" é, ele também, um modo legítimo de amar, desde que esteja ordenado ao Ágape. Este Ágape é a fonte de todo e qualquer verdadeiro amor. Portanto, qualquer afeição que contrarie o Ágape, distancia-se do amor. O eros é aquele amor que sentimos por uma pessoa do sexo oposto e que nos inclina a amá-la de um modo exclusivo. Ele está na base do namoro e do matrimônio. O eros, portanto, envolve, além do mero afeto, um aspecto da sensibilidade que incorpora, também, o corpo. Não quer dizer que eros seja mera atração física. Este tipo de atração podemos sentir por umas cinquenta pessoas só num mesmo dia, rs. Não é isso o amor eros. 

É importante especificar a sua relação com o Ágape, pois o eros, se se torna totalmente autônomo, tende a se desvirtuar. Como ele se inclina à união de dois indivíduos, quando afastado do Ágape, esta união pode se tornar um modo de egoísmo. É isto o que acontece com a "erotização" atual da sociedade. O "amor" é entendido como uma "relação genitalizada". Este tipo de experiência, não apenas se distancia do legítimo amor, como também o impede. E, se não vivemos o amor - é importante lembrar - não somos felizes. Uma sociedade, portanto, totalmente sexuada tende a ser uma sociedade angustiada. Para termos a prova, é só observar ao redor.

Quando, no entanto, o eros é vivido na sua ordenação ao ágape, ele se torna uma porta para o crescimento, para a felicidade, para a transcendência. O eros, deixado só, torna-se irresponsável. Imerso no ágape, no entanto, favorece a disciplina e a vitória contra o próprio egoísmo. Repetimos: é este amor que permite a união dos esposos e a constituição das famílias.

Por fim, temos o amor filos, que é o amor entre amigos ou irmãos. É o amor de amizade que devemos devotar aos nossos próximos. Ele não é exclusivo como o eros; no entanto, o tipo de união que favorece é, naturalmente, mais limitado que aquele. Fundado também no ágape, este amor nos ajudará a amar sem interesse os nossos amigos, a querer-lhes sinceramente o bem sem esperar nada em troca. É assim que se ama. Para realizarmos a nossa natureza, importa amar do jeito certo. Se apenas disfarçamos, isto é, fazemos de conta que amamos, caímos na hipocrisia que é um modo de zoação contra o amor. Os hipócritas são, na verdade, orgulhosos e egocêntricos.

Para que vivamos bem estes modos diversos de amor, é importante que tenhamos uma relação de proximidade com Deus, o puro Ágape, de onde descende todo legítimo amor. Se afastamos Deus da nossa vida, nem as nossas amizades nem os relacionamentos mais íntimos poderão garantir sua pureza. Só em Deus podemos ser bons. É o que diz Jesus: "Só Deus é bom". Sem Ele, portanto, não há bontade, isto é, não há amor.